No último artigo falei sobre a primeira cidade na qual ficamos hospedados, Itanhaém, e neste contarei sobre as duas próximas, ficando como destaque a nossa viagem de moto de Jacupiranga para Curitiba.

De Itanhaém fomos para Jacupiranga, no estado de São Paulo, em uma viagem de 2:30 horas bem tranquila, mantendo a velocidade da moto em 90km/h, aproveitando um dia lindo e quente.

Ficamos hospedados na casa da irmã do cunhado da mãe do Ellison (deu para entender rsrsr?), fomos muito bem recebidos e tivemos ótimas conversas e refeições caseiras.

A dona da casa, Dalé, é uma pessoa sensacional, mas quase desistimos de chegar até lá quando nos deparamos com o morro que tivemos que encarar. Aquela rua deveria ser chamada de precipício por ser tão ingrime. o Ellison pediu para que eu me apoiasse para frente e rezasse para que o peso da moto não nos jogasse para trás.

Foi uma forte emoção logo no começo da nossa aventura. Entretanto, já imaginávamos que coisas semelhantes e, inclusive, “piores” poderiam vir pela frente.

  A casa dos fundos da Dalé estava em reforma para receber a próxima inquilina e ela nos contou que faltavam instalar alguns interruptores para concluir a parte que já poderia ser utilizada.

Aproveitamos o fato do Ellison ter curso de elétrica residencial e ajudamos a terminar o serviço. Creio que é possível deduzir que minha parte do trabalho foi o apoio moral… rsrsrssrrs

Não aproveitamos nenhum passeio turístico na região e não pudemos ficar muito tempo na cidade, pois, na realidade, ela também não fazia parte do nosso roteiro inicial.

A ideia era seguir de Valinhos, nossa cidade de partida, para Curitiba no mesmo dia. Porem, como ganhamos estadia em Itanhaém e Jacupiranga, acabamos estendendo o número de dias e diminuindo a quilometragem rodada por deslocamento.

Um pouco sobre Jacupiranga – São Paulo

Sua historia começa em 1864, quando o português Antonio Pinto Magalhães Mesquita resolveu instalar-se a margem direita do rio Jacupiranga. Outros juntaram-se a ele e formaram um pequeno núcleo denominado Botujuru (do tupi: boca do vento).

Em 1870 a região tornou-se uma Freguesia e o nome foi alterado para Jacupiranga (do tupi: Jacu do peito vermelho, ave característica da região). O título de município veio em 1928.

Ao redor da cidade podemos visitar o Parque Estadual de Jacupiranga, Igreja Matriz, Pedra do Cristal, Caminho dos Jesuítas, Cachoeira do Pitu e Morro do Talavasso, Serra do Guaraú, a Pedra do Lençol, varias cachoeiras, corredeiras e trilhas.

A atracão turística mais conhecida da região é o Parque Estadual Caverna do Diabo em Eldorado, que possui mais de 40 mil hectares e um ecossistema riquíssimo que atrai visitantes do mundo todo.

Ele integra 14 unidades do Mosaico de Conservação do Jacupiranga, que visa a preservação da Mata Atlântica e abrange também os municípios de Cajati, Iporanga, Eldorado e Barra do Turvo.

O local conta com cachoeiras, rios, trilhas, mas sua atração principal é a caverna de mais de 6 mil metros de extensão que te faz ficar boquiaberto.

Obviamente tínhamos que manter nossos gastos dentro do orçamento previamente calculado, o que significava conseguir hospedagens baratas ou de graça. Nosso próximo passo seria a viajem de moto de Jacupiranga para Curitiba e ainda não sabíamos onde ficaríamos.

Mandei mensagem para alguns familiares e uma prima retornou com o contato de uma amiga da minha família de anos. Ela e a filha moram em um apartamento relativamente perto do Jardim Botânico da cidade e lá poderíamos passar a noite.

A viagem de moto de Jacupiranga para Curitiba levou em torno de 3:20 horas, seguindo uma estrada bem arborizada, cujos pinheiros já começam a dar o “ar da sua graça”. Chegamos logo após ao horário de almoço.

Nossa anfitriã só poderia nos receber apos as 17 horas, então precisamos escolher onde passar o tempo que faltava. Decidimos por estacionar no Jardim Botânico e ficar por ali mesmo, curtindo o maravilhoso ponto turístico.

A moto estava carregada e nossas coisas ficavam amarradas com cordas e elásticos, situação que nos deixava inseguros e com receio de sermos roubados.

Estávamos retirando a mala-tanque, onde guardávamos os documentos e objetos mais importantes, quando um homem nos abordou falando para ficarmos tranquilos que ele iria “cuidar” da moto enquanto estivéssemos no parque. Sua aparência nos indicava que ele tinha entre 40 a 45 anos de idade, mal cuidado e com grande probabilidade de ter vícios.

Fomos simpáticos, agradecemos e assim que ele saiu de perto fui questionar ao guarda mais próximo sobre os riscos de deixar a moto ali no estacionamento do jardim. Ele informou que normalmente não há problemas mas que deveríamos ficar atentos.

Pegamos a mala-tanque, os capacetes e jaquetas e fomos passear pelo parque. Para nossa tristeza a estufa estava fechada para manutenção e não tivemos a oportunidade de entrar ou sequer chegar mais perto. Mas mesmo assim, pudemos enriquecer nosso cérebro com imagens sensacionais daquele lugar.

Logo a fome bateu, voltamos para perto da moto para comer o que tivesse de alimento dentro da mala, sentar um pouco sob as arvores para descansar e ficar de olho na nossa bagagem. As bolachinhas amassadas e o suco morno que dividimos estavam uma belezura.

Tiramos algumas fotos, vimos o povo entrar e sair, o “cuidador” da nossa moto ir e vir com o seu grupinho (sem cuidar de absolutamente nada), esperamos até o tédio dar um basta na nossa “leseira” e fomos arrumar as coisas para partir. Na realidade eram quase 17 horas e deveríamos mesmo rodar para encontrar a casa da nossa amiga.

Um pouco sobre Curitiba – Paraná

A vila foi fundada em 1693 com o nome Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais por Matheus Martins Leme, capitão povoador. Em 1721 tornou-se Curitiba (do Guarani: grande quantidade de pinheiros), quando Raphael Pires Pardinho, ouvidor do Governo, decidiu cuidar da cidade e determinar que os habitantes preservassem parte da natureza.

Ele criou várias práticas que os cidadãos e município deveriam seguir para a manutenção da cidade de do seu ecossistema. Muitas destas práticas são válidas até os dias atuais e fazem com que Curitiba seja reconhecida nacional e internacionalmente.

Curitiba é repleta de atrações turísticas, possui mais de 30 parques e bosques como o Jardim Botânico e o Parque Iguaçu, mais de 70 museus, conta com um centro histórico bem conservado, uma torre panorâmica de tirar o folego, um super passeio com o ônibus da linha turística que te leva para conhecer a cidade, entre muitas outras opções que atendem tanto quem gosta de sair de dia quanto de noite.

Fomos muito bem acolhidos pela Sibele e pela Heloísa, mesmo fazendo umas duas décadas que ela não me via e eu sequer conseguia recordar do seu rosto (mesmo sendo uma excelente fisionomista). A Heloísa eu não conhecia e elas nem faziam ideia de quem era meu marido.

Somos imensamente gratos por ter passado pelo lar delas, por ter ouvido histórias da minha família e confirmado e excêntrica passagem na qual meu avô, pai de minha mãe, construiu uma piramide no quintal para se energizar. Creio que estes genes malucos foram passados através das gerações srsrsr.

O período de estadia foi curto, pois deveríamos partir e continuar a nossa viagem de moto na manhã seguinte, porem foi bem aproveitado com elas como companhia.

E o mais bonito foi acordar, sabendo que as duas haviam saído para trabalhar, e encontrar uma carta com palavras tão carinhosas que guardaremos para sempre.

Obs.: Gratidão pela hospitalidade em primeiro lugar, mas foi em Curitiba que descobrimos a importância de buscar acomodações com elevador ou térreas, pois subir mais de três lances de escada com as malas na mão não é mole não!!!

Leia nosso primeiro artigo e acompanhe a história do nossa viagem de moto pela América do Sul.

Fontes: http://www.cavernadodiabo.com.br/Localizacao.html https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/SP/1042/jacupiranga https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/jacupiranga/historico https://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/historia-fundacao-e-nome-da-cidade/207 https://turismo.curitiba.pr.gov.br/categoria/atrativos-turisticos/3 https://guia.melhoresdestinos.com.br/o-que-fazer-em-curitiba-185-2380-p.html